Apesar de avanços pontuais, o cenário para profissionais LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho ainda está longe do ideal. Em pleno Mês da Diversidade, uma pesquisa do Infojobs realizada com mais de 800 pessoas revelou uma realidade preocupante: o preconceito segue presente, a representatividade ainda é escassa e as políticas de diversidade estão perdendo força dentro das organizações.
O curioso é pensar que isso tem acontecido justamente em um momento em que o discurso de inclusão nunca foi tão valorizado — ao menos no marketing institucional.
Se sua empresa quer ir além da narrativa e construir uma cultura realmente inclusiva, os insights a seguir são um ótimo ponto de partida:
72,7% dos profissionais LGBTQIAPN+ já sofreram preconceito no ambiente profissional
Esse dado, por si só, já seria suficiente para acender um alerta em qualquer liderança. Mas a pesquisa vai além: 64% das pessoas que sofreram discriminação vivenciaram esses episódios mais de uma vez.
Ou seja, não são casos isolados, mas sim padrões que se repetem e impactam diretamente o desempenho, a permanência e o bem-estar dessas pessoas nas empresas.
“Nossa pesquisa mostra a falta de espaço para profissionais LGBTQIAPN+ no mercado atual — seja na conquista de um emprego, no dia a dia ou nas oportunidades de crescimento. O que vemos é a diminuição das iniciativas de diversidade”, explica Ana Paula Prado, CEO do Grupo Redarbor Brasil, que detém as marcas Infojobs, Catho e Pandapé.
7 em cada 10 profissionais LGBTQIAPN+ deixam de se candidatar por medo da cultura da empresa
Outro dado importante revelado pela pesquisa do Infojobs é que o preconceito muitas vezes começa antes mesmo da contratação. Segundo o levantamento, 70% das pessoas LGBTQIAPN+ já deixaram de se candidatar ou pensaram em desistir de uma vaga por não se sentirem seguras com a cultura da empresa.
Esse dado nos mostra que, para profissionais diversos, a percepção sobre o ambiente organizacional pesa e muito na hora de seguir em um processo seletivo. A ausência de sinais claros de inclusão, ou mesmo a presença de comportamentos e discursos excludentes, funciona como um alerta vermelho. Em vez de atrair talentos, a empresa os afasta.
E o cenário é ainda mais preocupante quando olhamos para o futuro. Para 51% dos participantes, houve uma retração nas iniciativas de diversidade nos últimos tempos. Ou seja, não se trata apenas de omissão, mas de um retrocesso percebido.
“Ainda que essas ações oficiais tenham sumido do calendário de muitas empresas, é preciso reforçar um ambiente de pertencimento que acolha também esses talentos em cada etapa da jornada. Essa deve ser uma responsabilidade de todos”, completa Ana Paula Prado.
Falta de políticas estruturadas reforça a exclusão de profissionais LGBTQIAPN+
A ausência de iniciativas concretas compromete não só a entrada, mas também a permanência de pessoas LGBTQIAPN+ nas empresas. Veja alguns recortes da pesquisa:
Indicador | Percentual |
Nunca viram ações afirmativas nas empresas onde atuam ou atuaram | 56% |
Nunca receberam treinamento de inclusão | 66% |
Não conhecem nenhuma referência LGBTQIAPN+ em cargos de liderança | 44% |
Se sentem mais seguros trabalhando sozinhos do que em equipe | 60,5% |
O último dado evidencia uma das formas mais silenciosas de impacto do preconceito: o isolamento. Diante de ambientes que não oferecem segurança psicológica, muitos profissionais acabam se retraindo para evitar novos episódios de discriminação. “O isolamento, infelizmente, se torna uma estratégia de proteção quando o profissional não se sente acolhido”, reforça Ana Paula.
Na visão da executiva, criar vínculos reais dentro das equipes é o que sustenta o crescimento profissional. Isso exige uma postura ativa da empresa como um todo, desde os líderes até os membros das equipes. “Sem essa integração, o desenvolvimento profissional fica comprometido. Quando o simples ato de se integrar é o obstáculo, é sinal de que mudanças no ambiente são urgentes”, completa Ana Paula.
O papel estratégico do RH na inclusão de profissionais LGBTQIAPN+
Para que a diversidade seja, de fato, vivida na cultura da empresa, é preciso ir além dos discursos e atuar com intencionalidade em cada etapa da jornada do colaborador. Abaixo, reunimos cinco passos práticos que podem ajudar você a construir um ambiente mais inclusivo e seguro para todos:
1. Avalie o cenário atual da sua equipe
Comece com um diagnóstico: qual é o perfil das pessoas que fazem parte da sua empresa hoje? Há diversidade de gênero, orientação sexual, raça, idade? Entender esse ponto de partida é fundamental para identificar lacunas e definir metas realistas de inclusão.
2. Ofereça treinamentos sobre diversidade e inclusão
A mudança de cultura começa com informação. Capacite líderes e colaboradores sobre temas como vieses inconscientes, respeito à identidade de gênero e construção de ambientes inclusivos. Sempre que possível, traga especialistas da própria comunidade LGBTQIAPN+ para conduzir essas conversas.
3. Trabalhe a cultura organizacional de forma contínua
Sua empresa vai além do mês do orgulho LGBT+?
A inclusão e a diversidade precisam estar no DNA da empresa, não apenas em datas comemorativas. Reforce os valores de respeito e pertencimento nas comunicações internas, nas práticas do dia a dia e nas lideranças. Vale também aplicar pesquisas de clima para identificar possíveis sensações de exclusão e agir sobre elas.
4. Garanta representatividade em todos os níveis
A presença de pessoas LGBTQIAPN+ precisa ir além das posições operacionais. Avalie a diversidade em cargos de liderança e crie planos de desenvolvimento que contemplem diferentes trajetórias. Referências internas inspiram, fortalecem a cultura e quebram ciclos de exclusão.
5. Reestruture os processos seletivos com foco em inclusão
Revise as etapas do recrutamento com um olhar atento: a linguagem da vaga acolhe ou afasta? Os canais de divulgação alcançam públicos diversos? O modelo de avaliação favorece critérios objetivos ou reforça estereótipos? Adaptar esse processo é essencial para garantir mais equidade desde o primeiro contato com a empresa.
Como a tecnologia pode impulsionar a diversidade?
A tecnologia tem o poder de transformar a forma como as empresas contratam, desenvolvem e retêm talentos diversos.
Softwares de recrutamento com inteligência de dados ajudam a reduzir vieses inconscientes ao padronizar as etapas do processo, automatizar triagens com base em critérios objetivos e evitar decisões baseadas apenas em percepção pessoal. Isso permite processos mais justos e inclusivos — desde a redação da vaga até a análise de potencial de crescimento interno.
“Devemos aproveitar a tecnologia, as IAs e as novas ferramentas como caminhos para uma diversidade mais sólida, mas também fornecer um ambiente saudável para essas pessoas depois da contratação”, comenta Ana Paula Prado.
Como isso se traduz na prática?
Veja a seguir:
Recursos tecnológicos que promovem inclusão | Benefícios |
Inteligência Artificial no recrutamento | Avaliação baseada em competências, não em estereótipos |
Análise de dados do perfil de colaboradores | Mapeamento de diversidade interna para decisões estratégicas |
Filtros afirmativos em processos seletivos | Divulgação de oportunidades específicas para públicos sub-representados |
Monitoramento de iniciativas de D&I | Visão clara do impacto e pontos de melhoria |
O diferencial do Pandapé: diversidade com inteligência
O Pandapé oferece um módulo exclusivo de diversidade que permite aos candidatos informarem, de forma segura e voluntária, dados como identidade de gênero, orientação sexual e cor/raça. Com base nessas informações, sua empresa pode:
- Divulgar vagas afirmativas com agilidade;
- Criar filtros de inclusão nos processos seletivos;
- Analisar a diversidade interna por área e senioridade;
- Conduzir mapeamentos periódicos e embasar estratégias de D&I.
Tudo isso com apoio de inteligência artificial e análise de dados, promovendo contratações mais inclusivas e ambientes mais representativos.
Descubra como o Pandapé pode ajudar sua empresa a fortalecer a diversidade cultural e a inclusão:
Conclusão: o ambiente de trabalho ainda não é seguro para pessoas LGBT+, e isso precisa mudar
Os dados não mentem: profissionais LGBTQIAPN+ ainda enfrentam barreiras profundas no ambiente corporativo. Mas com vontade real de mudança, ações estruturadas e o apoio da tecnologia, é possível transformar esse cenário em algo positivo.
Diversidade não é só sobre “aceitar”, mas sobre acolher, incluir e valorizar. Cabe às empresas criarem ambientes onde todas as pessoas possam ser quem são — sem medo, sem barreiras e com as mesmas oportunidades.
Agora que você compreende a importância de promover a diversidade na sua organização, que tal dar o próximo passo? O módulo de diversidade do Pandapé está pronto para ajudar sua empresa a ampliar a pluralidade e fortalecer uma cultura mais inclusiva.
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