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Todo ano, quando o 20 de novembro se aproxima, o assunto volta a circular: “É feriado ou não?”, “Por que esse dia existe?”, “O que ele tem a ver com a minha empresa?” Essas perguntas são comuns, e todas elas são importantes.
Mas, para quem trabalha com recursos humanos, o feriado da Consciência Negra vai além de uma data no calendário. Ele é um convite (e uma cobrança) pra olhar com mais atenção pra dentro das organizações e se perguntar: quantas pessoas negras têm voz, visibilidade e oportunidades reais de crescimento aqui dentro?
Continue lendo para conferir sugestões de ações, boas práticas e as principais dúvidas em relação ao tema!

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi criado em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra no Brasil. A data marca o reconhecimento das lutas contra a escravidão, o racismo e a desigualdade que ainda persistem até hoje.
O feriado, no entanto, não é nacional. Ele é reconhecido oficialmente em mais de 1.200 municípios e em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Por isso, é comum que surjam dúvidas entre empresas e profissionais de RH sobre a necessidade de folga ou compensação.
Mais do que um dia de descanso, o 20 de novembro é um momento de reflexão coletiva sobre o país que somos e o tipo de ambiente que estamos construindo dentro das empresas.
Segundo o IBGE, 55,5% da população brasileira é negra. Ainda assim, de acordo com um levantamento da Diversitera (2022–2025), apenas 9,7% das lideranças de topo (a partir da gerência executiva) são ocupadas por pessoas negras.
Esses números falam por si.
Mesmo com tantos avanços, ainda existe uma distância entre discurso e prática. E o RH está no centro desse desafio, porque é quem desenha os processos que decidem quem entra, quem cresce e quem é reconhecido dentro da empresa.
A Consciência Negra nas organizações não deve se limitar a ações pontuais em novembro. Ela precisa estar presente nas decisões cotidianas, desde a descrição de uma vaga até a construção de planos de carreira e sucessão.
Em junho de 2025, foi sancionada uma nova lei federal que amplia de 20% para 30% a cota de pessoas negras em cargos públicos. A novidade também inclui indígenas e descendentes afro-brasileiros, e traz uma previsão de revisão em 2035.
Essa atualização mostra que a pauta racial está ganhando força no país, e que o setor privado precisa acompanhar esse movimento. Cada vez mais, investidores, consumidores e talentos cobram posições firmes e coerentes das empresas em relação à diversidade e equidade.
Ou seja: diversidade não é mais um diferencial. É uma responsabilidade de todos.
Falar sobre diversidade racial dentro das empresas exige coragem, sensibilidade e, acima de tudo, continuidade.
Afinal, não adianta criar uma ação isolada no mês de novembro e achar que o trabalho está feito. Veja, abaixo, alguns caminhos possíveis para transformar o feriado da Consciência Negra em uma oportunidade real de aprendizado e transformação para a sua empresa:
Antes de pensar em ações ou campanhas, vale olhar pra dentro, e aqui entram questionamentos cruciais:
Quantas pessoas negras fazem parte da sua equipe hoje? Quantas estão em cargos de liderança? Existe alguma diferença salarial entre profissionais brancos e negros?
Se a sua empresa já aplica pesquisas de clima ou usa ferramentas de diversidade, aproveite também esses dados, pois eles te ajudarão a entender como esses profissionais se sentem no ambiente de trabalho.
Algumas expressões ainda muito usadas em descrições de vaga, mesmo sem intenção, carregam preconceitos e acabam afastando candidatos negros. Por isso, vale revisar os textos com atenção e sensibilidade.
Outro ponto essencial é investir na capacitação do time de recrutamento. Quando todos entendem o que são os vieses inconscientes, como eles aparecem na prática e o impacto que causam, o processo seletivo se torna muito mais justo e humano.
E, para ampliar ainda mais a diversidade no funil, busque parcerias com instituições, grupos ou plataformas voltadas à empregabilidade de pessoas negras. Além de fortalecer o compromisso da empresa com a inclusão, essas iniciativas ajudam a conectar o RH a talentos incríveis que talvez ainda não estivessem sendo alcançados.
Incluir é importante, mas garantir oportunidades de crescimento é o que realmente transforma a cultura da empresa. De nada adianta contratar pessoas negras se elas não têm as mesmas condições de se desenvolver e chegar à liderança.
Uma boa forma de começar é revisando os programas internos de desenvolvimento, mentorias e promoções. Quantas pessoas negras participam dessas iniciativas? Quantas chegaram a cargos de gestão nos últimos anos?
Também vale criar espaços de escuta e grupos de afinidade. Eles ajudam o RH a entender as barreiras que ainda existem dentro da empresa e a traçar ações concretas para superá-las. Diversidade não pode ficar só no discurso. Ela precisa aparecer nas oportunidades reais de crescimento.
Representatividade importa, e ver pessoas negras em posições de destaque inspira e encoraja. Mostre e valorize as histórias dos profissionais negros da empresa. Convide-os a compartilhar experiências em rodas de conversa, palestras e campanhas internas. Essa troca traz aprendizado e fortalece o senso de pertencimento.
O mais importante é que esse protagonismo seja genuíno. A valorização não deve ficar restrita a novembro. Ela precisa estar presente no dia a dia, em todas as ações da empresa.
O compromisso com a igualdade racial também passa por políticas claras e estruturadas. Verifique se o código de conduta da empresa fala diretamente sobre discriminação racial e se existem canais seguros para denúncias.
Olhar para os benefícios também é fundamental. Pessoas negras enfrentam desafios específicos, como acesso desigual à saúde mental e oportunidades de formação. Parcerias com projetos voltados à equidade podem ser uma forma prática de apoiar esses profissionais de maneira mais justa e completa.
O 20 de novembro é um marco importante, mas a pauta deve estar presente ao longo do ano. O RH pode aproveitar a data para reforçar compromissos públicos, compartilhar histórias inspiradoras de colaboradores e lançar novas iniciativas.
Mais do que um feriado, o Dia da Consciência Negra é um convite à reflexão sobre o papel de cada pessoa e de cada empresa na construção de uma sociedade mais justa.
A data não deve ser usada apenas como pauta de marketing. Campanhas com frases bonitas e fotos diversas não bastam se a prática não acompanha o discurso.
A melhor forma de demonstrar respeito é agir com coerência, garantindo oportunidades reais, equidade salarial e ambientes seguros para todos os profissionais.
O Dia da Consciência Negra é feriado nacional?
Sim. Desde dezembro de 2023, a data passou a ser feriado nacional. Antes disso, dependia de leis municipais e estaduais.
A empresa pode exigir trabalho no feriado?
Depende da atividade. Serviços essenciais podem operar normalmente, mas, nesses casos, o colaborador deve receber o pagamento em dobro ou ter folga compensatória, conforme a CLT.
Por que o RH deve falar sobre o Dia da Consciência Negra?
Porque o tema faz parte da realidade do mercado de trabalho. A data ajuda a empresa a refletir sobre desigualdades, revisar práticas e fortalecer uma cultura inclusiva. Além disso, a forma como a organização lida com diversidade tem impacto direto em employer branding, clima e atração de talentos.
Falar de Consciência Negra só no dia 20 de novembro não é pouco?
Sim. A data é um marco importante, mas o trabalho real acontece ao longo do ano. O feriado serve como ponto de reflexão e reforço, não como ação isolada.
É obrigatório fazer ações internas?
Não é obrigatório, mas é esperado. As empresas que se posicionam e tratam a diversidade racial com responsabilidade são vistas como mais preparadas, humanas e alinhadas às demandas atuais do mercado.
Como a empresa pode começar se ainda não tem nenhuma iniciativa?
O primeiro passo é fazer um diagnóstico simples, entendendo a realidade interna. Depois, é possível revisar processos seletivos, promover capacitações, abrir espaços de escuta e incluir metas de diversidade no planejamento do RH.
É recomendado criar vagas afirmativas?
Sim, desde que elas façam parte de uma estratégia séria, com critérios claros e acompanhamentos. As vagas afirmativas ajudam a corrigir desigualdades históricas e reforçam o compromisso da empresa com diversidade.
Quem deve liderar essas ações? Somente o RH?
O RH costuma puxar a agenda, mas a responsabilidade é da liderança como um todo. Quando só um setor carrega o tema, nada muda de verdade. O ideal é que a alta gestão apoie, dê exemplo e acompanhe indicadores.
Quais erros as empresas mais cometem nessa data?
Os mais comuns são: ações superficiais, campanhas sem representatividade, falta de protagonismo de pessoas negras, ou comunicação que parece oportunista. Pessoas percebem quando não há coerência.
Como evitar deslizes na comunicação?
A regra é simples: revise termos e expressões, peça opinião de pessoas negras da empresa (sem sobrecarregá-las), consulte materiais de referência e garanta que o texto tenha respeito, clareza e propósito.
Mais do que ações pontuais, é importante que o RH:
A partir disso, o RH deixa de só falar sobre diversidade e começa, de fato, a fazer. Lembre-se que não existe fórmula: você começa, observa, ajusta e continua. É assim que as coisas ganham forma e que as pessoas realmente sentem a diferença!

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