Reter bons profissionais é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas hoje, afinal, oferecer bons salários e benefícios já não é mais suficiente para atrair e reter os profissionais. 

Hoje, a retenção de talentos depende de vários outros fatores, como um ambiente saudável, oportunidades de crescimento, reconhecimento e uma cultura forte e coerente. Neste artigo, vamos explorar estratégias práticas e eficazes para manter os melhores talentos com profundidade, clareza e foco real na sua aplicação. Continue lendo para acompanhar!

O que é retenção de talentos?

Retenção de talentos é muito mais do que apenas evitar que um colaborador peça para sair. É sobre criar um ambiente onde as pessoas sintam vontade de ficar, se desenvolver e crescer junto com a empresa.

Para quem atua em RH, isso significa olhar para o colaborador como um todo: entender suas necessidades, oferecer oportunidades reais de aprendizado, reconhecer seu trabalho e proporcionar um clima que inspire motivação.

Por exemplo, imagine um time que tem acesso a treinamentos, recebe feedbacks constantes e sabe que suas ideias são ouvidas. Isso faz toda a diferença para que o profissional não queira buscar outras oportunidades lá fora.

Além disso, reter talentos ajuda a empresa a evitar custos altos com contratações e treinamentos, mantém o conhecimento dentro do time e fortalece a cultura organizacional.

No fim das contas, a retenção é cuidar das pessoas para que elas queiram construir carreira na empresa, não por obrigação, mas porque sentem que fazem parte de algo maior.

O que leva um profissional a pedir demissão?

Se você quer evitar a saída de talentos, é preciso entender primeiro por que eles vão embora. Abaixo, listamos os motivos mais comuns — com sugestões reais de como agir:

MotivoO que fazer
Falta de reconhecimentoEstabeleça rituais semanais de reconhecimento no time.
Liderança ineficazInvista em treinamento contínuo para líderes.
Falta de crescimento profissionalOfereça trilhas de desenvolvimento visíveis e acessíveis.
Cultura organizacional tóxicaReavalie valores e comportamentos incentivados.
Desequilíbrio entre vida e trabalhoAdote modelos flexíveis com foco em autonomia e bem-estar.

Como saber se sua empresa tem um problema de retenção?

Você não precisa esperar o aviso prévio para perceber que algo está errado. Muitos sinais aparecem antes da saída oficial — o segredo é saber onde olhar.

Alguns passos simples podem ajudar nesse diagnóstico:

  • Olhe para a taxa de turnover: calcule e compare com os dados do seu setor. Está acima da média? Pode ser um alerta;
  • Analise o tempo médio de permanência: em quais áreas os profissionais ficam menos tempo? Certos cargos têm saídas mais frequentes? Esses padrões dizem muito;
  • Faça entrevistas de desligamento que realmente escutam: evite o protocolo. Crie um espaço onde a pessoa se sinta segura para ser sincera;
  • Monitore o engajamento: métricas como e-NPS e pesquisas de clima ajudam a identificar se o time está conectado com a empresa, ou apenas presente;
  • Fique de olho na rotatividade silenciosa: às vezes o colaborador ainda está na cadeira, mas já se desligou emocionalmente. Isso também é perda de talento.

Diagnosticar é o primeiro passo. A partir disso, é possível agir de forma mais estratégica e evitar que o problema se transforme em uma saída em massa.

Autodiagnóstico de retenção de talentos

7 estratégias eficazes (e diferentes) para reter talentos

Agora que já entendemos o que é retenção de talentos, sua importância para o negócio e os principais motivos que levam bons profissionais a deixarem uma empresa, é hora de partir para a prática.

A seguir, você confere estratégias realmente eficazes que podem transformar sua empresa em um lugar onde as pessoas querem e escolhem ficar:

1. Mapeie os motivadores individuais 

Cada colaborador tem um motivo diferente para ficar em uma empresa, e isso vai além do salário. Uns querem estabilidade. Outros, reconhecimento. Há quem valorize autonomia, enquanto outros preferem segurança e rotina.

Como fazer?

  • Aplique pesquisas individuais com perguntas abertas: “O que te faz querer continuar aqui?” ou “O que te faria considerar sair?”;
  • Monte um “perfil motivacional” de cada colaborador no 1:1 com a liderança;
  • Customize ações por pessoa ou por time. Exemplo: um desenvolvedor pode preferir cursos técnicos, enquanto alguém de atendimento valoriza um bônus mensal por performance.

Leia também: Perspectiva das novas demandas profissionais

2. Transforme líderes em pontos de retenção 

A principal causa de pedido de demissão no Brasil é a liderança ruim. E muitas vezes isso não é sobre a pessoa ser “má gestora”, mas sobre ela estar despreparada para liderar. Um bom líder retém, inspira e desenvolve.

Como fazer?

  • Crie uma jornada de formação contínua para quem lidera focada em escuta, inteligência emocional, comunicação e desenvolvimento de pessoas;
  • Incentive rituais de proximidade, como 1:1s frequentes e reuniões de feedback mútuo;
  • Meça o e-NPS por líder e trate casos de liderança com baixa avaliação com atenção redobrada.

Dica: se o colaborador gosta da liderança direta, as chances dele ficar são até 3x maiores, mesmo com propostas externas.

3. Invista em mobilidade interna

Crescimento nem sempre é sinônimo de subir de cargo. Para muitos profissionais, mudar de área, atuar em um novo projeto ou aprender uma nova skill já é um grande avanço.

Para aplicá-lo, você pode:

  • Criar uma política clara de mobilidade interna: quais critérios, quem pode, como se candidata;
  • Dar visibilidade às oportunidades antes de abrir vagas externas;
  • Oferecer “job rotation” ou “intercâmbio interno” por 30 dias entre áreas.

Dados mostram: empresas que incentivam movimentações internas têm uma taxa de retenção 41% maior no segundo ano de contrato (LinkedIn, 2023).

4. Ofereça benefícios que evoluem com o colaborador

O que faz sentido para um talento de 22 anos pode não servir para alguém com filhos pequenos ou em transição de carreira. A chave está na personalização dos benefícios corporativos.

Como avançar nessa estratégia:

  • Adote um modelo de benefícios flexíveis, com saldo de pontos para o colaborador escolher;
  • Atualize os benefícios a cada ano, com base em pesquisas internas e de mercado;
  • Vá além do básico: auxílio psicoterapia, previdência privada, bolsas de estudo para filhos, apoio a pets e até licença-maternidade estendida fidelizam muito mais do que vale-refeição alto.

5. Use o offboarding como ferramenta de retenção futura

Parece contraditório, mas entender por que alguém saiu com sinceridade é uma das ações mais estratégicas para melhorar a retenção de quem fica.

Como transformar o offboarding em insight:

  • Faça entrevistas de saída estruturadas, com perguntas que exploram sentimentos, momentos de frustração e sugestões;
  • Acompanhe ex-colaboradores com pesquisas 6 meses após a saída: você vai se surpreender com a visão deles;
  • Analise padrões e leve esses aprendizados para o RH e liderança.

6. Construa uma cultura de pertencimento real 

Falar sobre cultura é fácil. Viver a cultura é outra história. Empresas com alta retenção fazem seus valores aparecerem em decisões difíceis, reconhecem comportamentos alinhados e cortam rapidamente atitudes tóxicas.

Como colocar isso em prática:

  • Reconheça publicamente comportamentos alinhados com os valores da empresa;
  • Crie comitês de cultura, formados por pessoas de diferentes áreas e níveis;
  • Aja rápido com quem fere a cultura — mesmo que tenha bons resultados no papel.

7. Tenha uma estratégia clara para talentos-chave e de alto potencial

Você sabe quem são as pessoas que, se saírem, causam um impacto gigante? Elas precisam de uma atenção especial. Isso não é privilégio — é estratégia de negócio.

O que fazer:

  • Identifique os “Top Talents” com base em performance, impacto e valores;
  • Tenha planos de retenção específicos para esse grupo (formações, mentorias, bônus, flexibilidade);
  • Crie planos de sucessão para evitar sobrecarga e dependência excessiva de um nome só.

Insight estratégico: a perda de um talento-chave sem plano de sucessão pode atrasar projetos, desmotivar o time e abrir brechas para concorrentes.

Concluindo…

Reter talentos é uma construção constante. Não existe receita pronta, mas sim escuta ativa, estratégia e vontade real de colocar as pessoas no centro.

Quando a empresa se compromete com a experiência do colaborador, investe em liderança, personaliza benefícios e cuida da cultura, a retenção deixa de ser um desafio e se torna uma vantagem competitiva.

A pergunta que fica é: o que você está fazendo hoje para que seus melhores talentos queiram continuar amanhã?

Pandapé

Aviso: as informações disponibilizadas neste site não têm caráter de orientação jurídica por parte da DGNET Ltd (Pandapé). Este conteúdo não deve ser interpretado como conselho ou recomendação legal. Para obter orientação jurídica adequada sobre os temas aqui tratados, recomenda-se consultar um advogado especializado.