Se você é profissional de RH, provavelmente já percebeu que recrutar talentos jovens hoje é bem diferente de cinco anos atrás. A Geração Z chegou ao mercado de trabalho com expectativas claras e bem diferentes das gerações anteriores.

Conectados desde sempre, eles querem mais agilidade, autenticidade e propósito. E estão forçando as grandes empresas a reverem não só seus processos seletivos, mas toda a experiência do candidato.

Neste artigo, você vai entender por que a Geração Z importa para o RH, como ela está transformando o recrutamento nas grandes organizações e, principalmente, como adaptar seus processos para conquistar e reter esses profissionais.

Quem é a Geração Z e por que ela importa para o RH?

A Geração Z engloba os nascidos entre 1995 e 2010 (embora alguns recortes considerem de 1997 a 2012), e, segundo projeções da consultoria McKinsey, representam um quarto da força de trabalho global — número que deve subir para 30% até 2030.

No Brasil, essa geração soma 47 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desses jovens, 48% (mais de 22 milhões) são economicamente ativos e fazem parte do mercado de trabalho.

Essa não é apenas “mais uma geração”. É o público que está transformando e ditando as regras do futuro do trabalho. Como nativos digitais que cresceram com smartphones, redes sociais e acesso instantâneo à informação, a Geração Z reflete as transformações tecnológicas e sociais dos últimos 20 anos:

Características marcantes da Geração Z no trabalho

CaracterísticaDescriçãoImpacto no processo seletivo
Nativos digitaisCresceram imersos na tecnologiaEsperam processos digitais e ágeis
ImediatistasAcostumados com respostas rápidasNão toleram longos períodos de espera
MultitaskingConseguem fazer várias coisas simultaneamenteValorizam entrevistas dinâmicas
IndependentesPreferem autonomia e flexibilidadeBuscam empresas com cultura menos rígida
Conscientes socialmenteValorizam propósito e causasAvaliam os valores da empresa

O que a Geração Z espera dos processos seletivos?

A chegada dessa geração ao mercado forçou empresas a reavaliar cada etapa da jornada do candidato. Desde a divulgação da vaga até a entrevista final, tudo precisa ser mais ágil, transparente e conectado com o que esse público espera.

1. Velocidade acima de tudo

Esqueça processos que levam semanas ou meses para dar uma resposta – essa geração tem pressa, e isso inclui o processo seletivo.

De acordo com uma pesquisa da Talent Board, longas etapas sem retorno são uma das principais causas de desistência. Os jovens candidatos querem:

  • Feedback imediato após cada etapa;
  • Processos que não ultrapassem 7 a 10 dias;
  • Decisões rápidas e objetivas.

2. Candidatura simples e moderna

Formulários longos e cadastros em excesso são um convite à desistência. A Geração Z quer processos rápidos, modernos e, de preferência, que possam ser feitos pelo celular. 

As empresas que estão se adaptando investem em:

  • Admissão digital;
  • Plataformas de recrutamento mobile-first;
  • Videoentrevistas assíncronas;
  • Chatbots para tirar dúvidas;
  • Gamificação no processo seletivo;
  • Realidade virtual para apresentar a empresa.

3. Reputação da marca online conta 

Para a Geração Z, a experiência do candidato começa muito antes da entrevista. Eles pesquisam sobre a empresa nas redes sociais, avaliam a reputação online e esperam uma jornada fluida e intuitiva.

O que eles valorizam:

  • Site de carreiras responsivo e fácil de navegar;
  • Vagas claras, com salário e benefícios visíveis;
  • Processo de candidatura simples (em poucos cliques);
  • Transparência sobre salário e benefícios;
  • Conteúdo autêntico sobre a cultura da empresa;
  • Depoimentos sinceros de quem já trabalha lá.

4. Flexibilidade como pré-requisito

Uma pesquisa do LinkedIn de 2024 revelou que 72% dos jovens já deixaram ou pensaram em deixar empregos que não ofereciam políticas flexíveis. Para a Geração Z, o interesse por uma vaga começa antes mesmo da entrevista: se a empresa não demonstra flexibilidade, cuidado com o bem-estar e uma proposta de valor clara desde a divulgação da vaga, é bem provável que eles simplesmente não se candidatem. 

Um dos principais pontos de atenção é o modelo de trabalho. De acordo com a Deloitte, 63% dos profissionais da Geração Z preferem o regime híbrido, que combina o home office com o presencial. E essa escolha não é só pela comodidade: ela representa o equilíbrio entre liberdade e conexão humana — algo especialmente importante para quem está iniciando a carreira. Além disso, reflete preocupações reais com custos de deslocamento, saúde mental e qualidade de vida, temas cada vez mais presentes para essa geração.

Essa valorização da flexibilidade também aparece com força no processo seletivo. As expectativas mais comuns incluem:

  • Opções de entrevista presencial ou virtual;
  • Horários flexíveis para as etapas;
  • Possibilidade de reagendar sem penalização;
  • Etapas que se encaixem na rotina do candidato.

Empresas que ainda seguem um modelo rígido, com pouca empatia ou adaptação, perdem pontos (e talentos) logo de cara.

Principais desafios na contratação da Geração Z

Muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para entender, engajar e reter esses jovens profissionais, o que gera um ciclo de frustrações e turnover precoce.

Um estudo recente da ResumeBuilder revelou que 54% dos profissionais da Geração Z foram demitidos nos primeiros 90 dias de trabalho. Entre os principais motivos citados pelos gestores estão falta de motivação, dificuldade em lidar com feedbacks e baixa autonomia no dia a dia.

Além disso, o mesmo estudo revela que 74% dos líderes entrevistados disseram considerar os profissionais da Gen Z mais difíceis de gerenciar do que os de gerações anteriores. Esses dados não significam que esses jovens são “piores” ou “menos preparados” — mas sim que existe um desalinhamento real entre o que eles esperam e o que as empresas estão prontas para oferecer.

Muitas vezes, os atritos começam ainda no processo seletivo, com avaliações comportamentais falhas ou pouca clareza sobre o que a empresa realmente espera daquele profissional.

Expectativas vs. realidade: onde surgem os conflitos?

TemaO que a Geração Z esperaO que muitas empresas ainda oferecem
CarreiraCrescimento rápido, com desenvolvimento realPlanos de carreira longos e pouco estruturados
Ambiente de trabalhoCultura horizontal, com espaço para opiniãoEstrutura rígida e decisões centralizadas
BenefíciosFlexibilidade de horários e local de trabalhoBenefícios tradicionais e presença obrigatória
PropósitoConexão com causas e impacto socialFoco exclusivo em resultados e metas
ComunicaçãoFeedbacks frequentes, informais e diretosContato esporádico e tom excessivamente formal

Essa lacuna de expectativas leva muitos jovens a se frustrar logo nos primeiros meses — e as empresas, por sua vez, a interpretar esses comportamentos como falta de engajamento ou preparo.

Como tornar seu processo seletivo mais atrativo para a Geração Z?

A seguir, você confere ações concretas para tornar seu recrutamento mais conectado com o que a Geração Z espera — e, ao mesmo tempo, mais eficiente e atrativo para a sua empresa.

1. Reposicione sua estratégia de atração

Antes:

  • Vagas publicadas apenas em sites de emprego e jornais;
  • Descrições formais, longas e pouco atrativas;
  • Foco exclusivo em requisitos técnicos.

Agora:

  • Presença ativa nas redes sociais mais usadas pela Gen Z (como Instagram, TikTok e LinkedIn);
  • Vídeos curtos mostrando o ambiente de trabalho, benefícios e bastidores;
  • Depoimentos espontâneos de colaboradores reais;
  • Linguagem leve, transparente e próxima da realidade dos candidatos.

Dica extra: Pense como um time de marketing. Recrutar essa geração exige campanhas de atração com conteúdo criativo, visual e emocional.

2. Adapte a jornada para o mobile

A Geração Z vive no celular. Seu processo seletivo precisa funcionar de ponta a ponta pelo smartphone, ou você corre o risco de perder ótimos candidatos.

Ajustes essenciais:

  • Site de carreiras responsivo e rápido;
  • Formulários simples, com preenchimento automático e integração com LinkedIn;
  • Candidatura em poucos cliques (idealmente até 3);
  • Videoentrevistas compatíveis com todos os dispositivos.

3. Crie um processo seletivo ágil e com etapas bem definidas

Para a Geração Z, um processo longo, confuso ou sem retorno é sinônimo de desengajamento. Muitas vezes, enquanto a empresa ainda avalia currículos, o candidato já recebeu outra proposta.

Mais do que correr contra o relógio, o segredo está em estruturar poucas etapas, bem organizadas e com comunicação fluida entre elas. Um bom processo pode ser objetivo sem perder a profundidade — e sim, isso é possível.

Especialistas recomendam que o processo ideal inclua, no máximo, quatro fases principais, com foco tanto em habilidades técnicas quanto no fit cultural:

Etapa recomendadaObjetivo
Triagem inicialAnálise de currículo e perfil, com apoio de IA para otimizar o tempo
Entrevista com RHAvaliar fit cultural, propósito, expectativas e visão de carreira
Avaliação técnica ou psicológicaVerificar habilidades práticas ou comportamentais, de forma objetiva
Entrevista com gestor ou equipeEntendimento do dia a dia da função e conexão com o time

Esse formato é direto, respeita o tempo do candidato e valoriza o que mais importa: a troca humana e a clareza na tomada de decisão.

4. Ofereça uma experiência mais personalizada

A personalização mostra que sua empresa realmente se importa. Para a Geração Z, pequenos detalhes fazem a diferença na percepção de valor.

Como tornar a experiência mais humana:

  • Use o nome do candidato em todos os pontos de contato;
  • Envie lembretes simpáticos por e-mail ou WhatsApp;
  • Compartilhe conteúdos sobre a empresa e o time antes da entrevista;
  • Dê opções de horários, formatos e canais para cada etapa.

Exemplo: permita que o candidato escolha se prefere entrevista por vídeo ou ao vivo, e em qual plataforma (Zoom, Meet, etc.).

5. Prepare sua equipe para lidar com essa nova geração

Não adianta adaptar o processo se os recrutadores ainda avaliam com filtros antigos. A Geração Z traz novas formas de se comunicar, expressar e se conectar com o trabalho.

Ações recomendadas:

  • Treinamentos sobre comportamento e valores da Gen Z;
  • Diretrizes claras para tom de voz e condução das entrevistas;
  • Estabelecimento de SLAs (tempo máximo por etapa);
  • Espaço para testar novas abordagens, formatos e tecnologias.

Dica extra: compartilhe cases de sucesso internos com a equipe para incentivar a mudança de mindset.

6. Alinhe expectativas de comportamento e comunicação desde o início

A Geração Z cresceu em um mundo hiperconectado, acostumada a interações rápidas e comunicação direta. Isso pode gerar alguns choques de percepção durante o processo seletivo, principalmente com empresas mais tradicionais.

Para evitar ruídos e garantir uma experiência positiva, o RH precisa atuar com clareza e empatia desde o primeiro contato.

Boas práticas para melhorar esse alinhamento:

  • Deixe claras as regras do processo seletivo, como formato das entrevistas, tempo médio de resposta e comportamento esperado em cada etapa;
  • Oriente com empatia sobre etiqueta profissional, principalmente em entrevistas virtuais (sem parecer julgamento);
  • Abra espaço para perguntas e dúvidas, especialmente sobre cultura, dress code e funcionamento do processo.

Quando os candidatos entendem o que se espera deles, têm mais segurança para mostrar seu potencial real, e a empresa evita mal-entendidos que podem comprometer a avaliação.

7. Tenha a tecnologia como uma aliada

A Geração Z espera que a tecnologia facilite sua jornada. Use soluções que automatizam o que é repetitivo e liberam tempo para o que realmente importa: a conexão humana.

Exemplo de recursos que fazem diferença:

  • Automação de feedbacks personalizados por etapa;
  • Comunicação multicanal (e-mail, SMS, WhatsApp, chatbot);
  • Painel com métricas de experiência do candidato em tempo real;
  • Integração com redes sociais, sites de vagas e plataformas de vídeo.

O Pandapé, por exemplo, oferece tudo isso em uma única solução — permitindo processos rápidos, personalizados e conectados com o perfil da nova geração.

Erros que você deve evitar ao recrutar a Geração Z

Mesmo com boas intenções, muitos processos seletivos ainda cometem deslizes que acabam afastando jovens talentos logo nas primeiras interações. A seguir, destacamos os principais erros que ainda aparecem com frequência e comprometem a atração da Geração Z:

1. Processos longos e burocráticos

Se sua empresa ainda leva semanas para concluir um processo ou demora mais de 10 dias para dar um retorno, é provável que o candidato já tenha perdido o interesse, ou aceitado outra proposta. A agilidade, hoje, é decisiva para garantir engajamento e evitar a perda de talentos.

2. Falta de transparência

Não informar salário, benefícios ou as próximas etapas do processo transmite insegurança. Ser claro em cada ponto da comunicação evita ruídos e mostra respeito pelo tempo e pelas expectativas do candidato.

3. Comunicação formal demais

Textos frios, distantes e cheios de jargões corporativos tendem a afastar. A comunicação deve ser objetiva, humana e condizente com a cultura da empresa. Não se trata de ser informal demais, mas de tornar a experiência mais próxima e acessível.

4. Ignorar as redes sociais

A falta de presença digital é uma lacuna estratégica. Para a Geração Z, redes como Instagram e LinkedIn funcionam como uma prévia da cultura da empresa. Ignorar esses canais é abrir mão de visibilidade e de uma conexão que começa muito antes da candidatura.

Indicadores que mostram se sua empresa está acertando com a Geração Z

Métricas importantes

MétricaMetaComo medir
Tempo de processo< 10 diasTempo médio entre candidatura e resposta
Taxa de aceitação> 80%Candidatos que aceitam ofertas
Satisfação do candidato> 4.5/5Pesquisa pós-processo
Qualidade da contratação> 90%Aprovação no período de experiência

Recapitulando…

A Geração Z cresceu com tecnologia e já está mudando o jeito como o mercado de trabalho funciona. As empresas que se adaptam rápido saem na frente na hora de atrair bons profissionais – já quem ainda mantém processos antiquados vai ter cada vez mais dificuldade para contratar e reter talentos.

Um ponto importante: não se trata apenas de usar mais tecnologia, mas de repensar completamente a experiência do candidato. A Geração Z valoriza autenticidade, agilidade e propósito, elementos que devem estar presentes em cada etapa do seu processo seletivo.

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